quarta-feira, 10 de junho de 2009

O importante jogo da comunicação interpessoal

Você certamente brincou de telefone sem fio quando criança. Ou pelo menos conhece a brincadeira em que uma palavra ou frase vai sendo sussurrada entre uma e outra pessoa ao longo de uma fila. Quase sempre temos algo completamente diferente do texto original anunciado pelo último ouvinte: “macarrão” vira “feijão”, o “gato” se transforma em “sapato”, ou pior, “periquito” acaba “papagaio”. O jogo é simples e inocente, mas guarda sérias verdades e dicas sobre a comunicação interpessoal, uma das competências pessoais mais requisitadas no moderno ambiente profissional e empresarial.
Em uma entrevista de emprego, enquanto de um lado o candidato deve buscar ser claro, objetivo e seguro ao se apresentar, do outro, o entrevistador deve fazer as perguntas certas para poder levantar seu perfil e avaliar se é o desejado para a vaga. Em uma reunião de trabalho, além de serem compreendidos, os participantes buscam defender seus pontos de vista e chegar ao consenso sobre decisões a serem tomadas. Entre vendedor e cliente há muitas vezes uma exaustiva troca de argumentos até que se conclua uma negociação. Todas estas situações requerem dos interlocutores habilidade para se comunicar. Se esta faltar de um lado e sobrar do outro, o cliente de que falamos pode comprar gato por lebre.  Ou um ótimo candidato pode passar despercebido num processo de seleção. Já bem dizia o apresentador Chacrinha “quem não se comunica, se trumbica”, em referência ao seu importante ofício de comunicador.  Se comunicar-se bem é desejado no âmbito pessoal, no ambiente profissional é essencial. E em tempos em que as ferramentas de comunicação se multiplicam e as pessoas se distanciam fisicamente, é preciso não só saber o que dizer, mas também com que instrumentos fazê-lo.  
Relacionamos alguns mandamentos do bom comunicador para ajudá-lo a soltar o verbo, de forma adequada:
- Seja breve: objetividade e relevância tornam maiores suas chances de ser compreendido. Da mesma forma, pense duas vezes antes de retransmitir uma mensagem apenas porque a achou “interessante“, pois quando precisar ser ouvido, a informação relevante pode ser confundida com correntes, piadas ou qualquer coisa menos importante.
- Busque a ferramenta adequada.
Identifique a ferramenta mais apropriada para transmitir a mensagem, tendo em vista não somente suas características (se é algo que precisa ser documentado e, portanto, escrito, por exemplo), mas também aquela com que seu interlocutor parece se comunicar de forma mais confortável.  Assim como cada pessoa tem uma dinâmica diferente para aprender e entender (uns mais visuais, outros mais auditivos, outros ainda mais sinestésicos) também temos nossas ferramentas preferidas de comunicação.  Uns preferem o e- mail, alguns falar ao telefone e outros as reuniões de trabalho.
- Fale direto com quem deseja falar.
Evite que a mensagem tenha que ser retransmitida muitas vezes até que chegue ao seu destino. Isso vale para os níveis hierárquicos das empresas, onde quanto mais achatado ou horizontal o organograma, menos a mensagem terá que ser retransmitida no caminho entre gestores e colaboradores. Em resumo, não brinque de telefone sem fio.
- Para cada público, use repertório e tom adequados.
Isso não quer dizer que ao se comunicar com engenheiros devemos “falar em números” ou sermos técnicos. Devemos sim avaliar o nível de formalidade que o público e a situação requerem e, sobretudo, evitar termos ou jargões que os interlocutores não conheçam.
- Dê e cobre feedbacks.
Deixar claro ao seu interlocutor se você compreendeu ou não a mensagem, torna o processo de comunicação mais eficaz. Assim, você o deixará à vontade para fazer o mesmo e os “maus entendidos” serão evitados.
- Finalmente, seja assertivo.
Demonstre acreditar no que está falando, e saiba ouvir, pois é preciso saber a pergunta para dar uma boa resposta. 
Lembre-se: é conversando que a gente se entende!
Texto publicado na Revista Alto Estilo São Carlos.

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