sexta-feira, 10 de abril de 2009

Networking. Uma rede a ser trabalhada.


Algumas ideias ultrapassadas ainda pairam no ar quando o moderno assunto networking é colocado em pauta. A prática, mais uma vez, nos ensina que tudo é bem maior do que parece e bem menos complicado também.

Situação 1: Você está no seu escritório, precisa resolver uma questão para “aquele” cliente para “ontem” e com a ajuda de um profissional ultra especializado. Você apela para o Google e até para a lista telefônica na missão de achar o tal profissional que parece não existir. Resultado: os dias passam, o cliente esbraveja, mais dias passam e o cliente acaba buscando outro fornecedor. O grande projeto, no qual você vinha trabalhando há mês naufraga sem sequer ter ido a alto mar.
Situação 2: Você tem trabalhado em um projeto há meses. Afinal, é o projeto da sua vida, aquele que te dará a posição que você sempre sonhou. Mas uma peça não encaixa no quebra-cabeça e o seu prazo está no fim. Você se lembra de um colega dos tempos da faculdade que tem uma empresa especializada exatamente nesse tipo de “peça”. Bingo! Projeto finalizado, reconhecimento garantido e você ainda ganha a oportunidade de tomar aquela cervejinha merecida com um velho conhecido, enquanto relembram os tempos de república.

Agora, como você sabia que ele tinha uma empresa que poderia salvar a situação? Você não deixou a grande corrente chamada “networking” se romper.

Quatro são os passos básicos para se ter uma boa rede de contatos: conhecer pessoas, ter credibilidade junto a elas, comunicar-se assertivamente e cultivar as relações. Vamos a cada um deles:

1 – Conhecer pessoas: há quem trate o networking como algo essencialmente planejado, frio e calculado no intuito de ter sempre “gente devendo favor a você”.
A verdade é que um bom networking só “funciona” se estiver baseado em relações e trocas verdadeiras. Ou pelo menos em qualidades e competências reais, trabalhadas ao longo da atuação pessoal e profissional de cada um. Uma rede de contatos interessante pode ser conquistada dentro e fora do ambiente de trabalho. Na escola, na faculdade, no clube, na fila da farmácia, em feiras de negócios, congressos, cursos ou mesmo na reunião da escola dos filhos.
2 – Ter credibilidade: reputação positiva se constrói ao longo de uma vida. E, pasmem, muito mais com as pequenas e rotineiras atitudes do que pelas grandiosas. Isso fica mais claro quando consideramos que de nada vale mover montanhas e romper horizontes se em cada trecho do caminho você atirar uma garrafinha de água vazia no meio da estrada ou deixar de dizer obrigado àquele que te indicou a direção a seguir. E ainda cabe dizer que certa publicidade pessoal, feita sem afetação, é saudável. Aqui vale a máxima que diz “não basta ser, tem que parecer”. Ao perceber que aquela pessoa a sua frente é um membro de sua rede a fim de facilitar uma conquista profissional, por que não falar do que você já fez e da forma como encara as situações? Isso sem parecer arrogante é claro. Falar de realizações sem se vangloriar é possível.

3 – Comunicar-se assertivamente: o bom comunicador se faz entender não só pela maneira como articula palavras e frases, mas também pela forma como se comporta, pela linguagem transmitida nos gestos, pelo corpo. Boa postura, olhar direto e sorriso no rosto falam mais do que mil palavras e são capazes de cativar o interlocutor ao transmitir uma atitude positiva. Vale lembrar que saber ouvir é virtude essencial do bom comunicador. Afinal, como fazer um comentário oportuno sem antes conhecer o assunto?
4 – Cultivar as relações: manter-se em contato com os membros de sua rede e atualizá-los de quando em quando sobre seus projetos pessoais e profissionais também é importante. Vamos deixar claro aqui que esse tópico não se refere a ter uma lista de e-mails e telefones atualizada. Pelo menos não apenas. Agendar reuniões informais, enviar artigos que sejam de interesse da pessoa, indicar cursos são boas ferramentas de manutenção do networking. Além disso, ter blogs e/ou comentar o que escrevem os conhecidos, ter perfis ativos em redes de relacionamento como Orkut, Facebook, MySpace - sobretudo nas focadas em articular negócios e profissionais, como o caso do Linked In e do brasileiro Via6 – são ótimas formas de preservar e até de expandir a rede.

Se você ainda não se convenceu, pesquisas apontam que entre 50% e 70% das pessoas acharam seu último emprego através de sua rede de contatos. Isso é muito expressivo, sobretudo considerando a multiplicação de headhunters, de agências e sites especializados em recolocação profissional. Percebemos que a maioria das contratações acontece pelo velho método do “eu conheço uma pessoa que é perfeita para o que você precisa”.

Recado dado, agora é com você: troque muitas figurinhas, colecione interesses em comum e conquiste realmente seus contatos, não apenas ache que os tem.

Texto publicado na Revista Alto Estilo São Carlos.

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